Produtos com cheiro de mãe

Vou confessar uma coisa: até 2006 eu não via graça nenhuma em blogs. Eu era da geração Orkut, Fotolog – recados e fotos. Não imaginava sequer ser possível gostar de blog. Até porque, eu achava tão cansativo ler sobre “acordei, escovei os dentes, fui pra escola…”. Até que, naqueles acasos do destino, caí – não lembro como - em um post do blog da Dea (que eu nem conhecia), uma vegana fofa, brasileira que mora em NY. Ela escreveu um texto tão lindo (como quase tudo que escreve no In other worlds…), que finalmente eu pude perceber que era possível se entreter com páginas que não fossem de livros.

Estes dias a Ana Lu, do Oxente, Menina!, falou sobre cheiros também, e seu texto e os comentários só reforçam o que li, lá na minha primeira vez, a vez que fui conquistada por um blog! 

E ontem, no banho, o cheiro me trouxe de volta a um tempo gostoso, onde toda a responsabilidade que eu tinha, era assunto, no máximo repartido com a minha mãe.

Daí que resolvi experimentar um creminho que havia ganhado na lojinha de cosméticos da minha cidade.

Por ser Niely, poderia facilmente me lembrar de Angélica e Luciano Huck ou de BBB (nem sempre comerciais fazem bem para um produto), mas não, ainda bem!

Um creminho sem muitas pretensões, de ceramidas, que não fez milagre nenhum pelo meu cabelo – também não detonou, acredite, há cremes que conseguem! - tudo bem que ando sempre cuidando, só minhas pontas precisam de tesoura desde o ano passado, mas o comprimento está ok? (um “ok naquelas” pra cabelo seco e crespo, que sabendo que não está duro, nem com escamas abertas… entendem?). 

Enfim, o tal Niely Ceramidas passa longe destes cheiros que hoje em dia fazem, literalmente, a cabeça de muitas, como as fragrâncias tipo damasco com tangerina, torta de limão com calda de chocolate ou suspiro de melancia... O cheiro dele é, senão igual, muito parecido com aqueles cremes baratos que minha mãe comprava pra mim, naquela época da vida que ELA determinava o máximo do luxo que eu poderia me permitir com consumo cosméticos.

Um cheiro que talvez me lembre creme rinse, aquele rosa, que por séculos foi sinônimo de condicionador de cabelos- ou o precursor dos condicionadores –, ou Neutrox, não sei…

E, ao contrário do que minha descrição possa indicar, não foi ruim, pelo contrário, foi muito, mas muito bom! Cheiro de cabelo lavado e desembaraçado, sem frescuras! Cheiro de época feliz!

E, continuando no assunto mãe (que fique claro, minha mãe é viva, só mora longe de mim e há um ano não a vejo pessoalmente = saudades), mãe que foi mãe de criança na década de 80, depois do banho, ficava com aquele cheiro de… “mãe da década de 80”! Cheiro de hidratante corporal. Puro e simples! Sem toda aquela variedade de sabores, tão atualmente na moda, como os Victoria's Secret e seus genéricos da vida.

Porque TODOS os hidratantes da minha, por mais que tivessem marcas (Davene, Monange…) ou sabores diferentes, quase sempre tinham o mesmo cheiro. Cheiro da minha mãe!

Daí que, ganhei os hidratantes Avon Care., e o que mais me conquistou neles, independente do tipo de pele (morena, seca, normal…) é que eles também tem cheiro de creme de mãe. Um cheiro “de gostoso”, de mãe vaidosa, limpinha, cheia de amor pela cria…

E está sendo bom. Sim, os cremes hidratam sem engordurar, absorvem facilmente e talvez eu volte a falar sobre eles se sentir diferença significativa entre os vários tipos, mas, com certeza, valeram a pena pela fragrância, que some algum tempo depois, não briga com meu perfume, mas provoca, em mim, esta sensação de carinho… Carinho com cheiro, cheiro de mãe!

Agora, com licença, vou ali tomar outro banho… Beijos e ótima semana!